domingo, 25 de outubro de 2009

Bill Evans-Explorations(320 Kbps)




O disco "Explorations" foi o quarto lançamento na carreira de Bill Evans(16 de Agosto,1929-15 de Setembro,1980) e o segundo contendo a formação clássica de seu trio.Além de Evans(piano),temos Paul Motian(bateria) e o fantástico e influente Scott La Faro(contrabaixo),reiventando standarts e outras composições contemporâneas de forma inovadora.

Evans é reconhecido dentro dos círculos jazzistas como um dos maiores e mais influentes pianistas do genero.Desde seus primeiros lançamentos os críticos notaram suas abilidades de tocar com intensidade marcante,e também gerar momentos de lirismo e introspecção.Diferente de outros músicos de jazz,Evans tentou atingir a própria essência desta música para fazê-la seguir em frente,em vez de procurar respostas sonoras e estéticas em outros tipos de arte.Apesar de muitos notarem influências europeias em seu estilo(Debussy,Chopim e em seus últimos discos,Rachmaninoff),Evans retrucou certa vez-"Eu não diria que houve determinado compositor ou músico que tenha exercido influência particular sobre mim[...]Alguns músicos afirmam perceber algo de Chopim,Debussy ou Ravel naquilo que toco,Bem,é verdade que os ouvi,mas jamais tomei conscientemente algo de nínguem[...]"

"Explorations" foi lançado em 2 de fevereiro de 1961 depois do aclamado "Portrait in Jazz" que saiu cerca de uma ano antes.No mundo do Jazz,tal intervalo de tempo é simplesmente uma eternidade,visto que na época um musico do estilo lançava dois,três até quatro álbuns no mesmo intevalo de tempo.Evans sempre se disse um grande crítico de si mesmo e só lançava algo novo quando,segundo o próprio,tinha "algo novo para mostrar ao mundo".Nestes longos períodos,Evans se dedicava ao trabalho de estúdio como "sideman" tocando ao lado de outros músicos em seções que pedia apenas dinheiro.Mais tarde se comprovou que este dinheiro sustentava seu vício em drogas(a heroína em particular),um problema que ao longo dos anos se tornou insustentavel e gerava a necessidade de uma verba grande(algo que ele nunca chegou a ter).Apesar de sua imagem para o público do jazz na época sempre ter sido de um homem culto e de valores inabaláveis,Evans tinha seu lado auto-destrutivo,e muitas vezes criava uma barreira entre si e o mundo,reflexo de sua desestruturada vida privada e incapacidade de se expressar por completo."Sempre fui basicamente introspectivo", Evans certa vez declarou.

Sua devoção para a música como único meio de fuga de uma realidade da qual ele simplesmente ignorava,podia criar,assim como momementos de irracionalidade e excessos(reflexos de seus problemas pessoais),situações cuja expressividade e beleza tanto musical como pessoal,eram únicas e tinham a capacidade de passar para o ouvinte os mais diversos sentimentos e sensações.Algumas de suas composições,como "Peace Piece", são verdadeiros achados da arte de por meio de sons, colocar a pessoa que esta ouvindo dentro de um mundo particular e intimista,cuja interpretação dos sentimentos varia muito de ouvinte em ouvinte.

Apesar de todos seus problemas,Evans tinha seu bom-humor,algo que podemos notar na escolha de seu repertório.No disco "Portrait in Jazz" existe uma regravação de "Some Day My Price Will Come" uma música da trilha sonora da animação "Branca de Neve" da Disney,também ja gravou "Santa Claus Is Coming To Town" uma cançoneta de natal.Este seu gosto por canções muitas vezes banais ou excessivamente regravadas por outros não era resultado de falta de interesse de Evans por material próprio.Ele via no uso destas músicas um veículo perfeito para a exploração rítmica e melodica que a algum tempo ia praticando com seu trio.Em alguns casos rearmonizava por completo uma composição ja existente,revelando facetas desconhecidas da mesma.Neste disco(Explorations) não é diferente,contando apenas com standarts e outras composições pouco usadas no jazz.Dentre os standarts temos duas músicas que as pessoas perderam a conta de quantas vezes foram gravadas,"How Deep is the Ocean" e "Sweet and Lovely".Evans faz uma reinterpretação de forma intensiva da balada "I Wish I Knew",e podemos ouvir "Sweet and Lovely" um pouco mais energetica do que as antigas versões.A composição "Haunted Heart" é introduzida no repertório jazzistico neste disco.As composições consideradas"não-standarts" incluem a expressiva "Elsa"(composta por Earl Zindars),a faixa de abertura,"Israel"(gravada primeiramente por Miles Davis em "Birth of the Cool' no final dos anos 40),e a orientalizada e difícil "Nardis" do próprio Davis.

Com este disco a cozinha de Motian e La Faro cria o ambiente perfeito para Evans introduzir linhas melodicas curtas e arpejos,das quais os solos brotam de forma natural,e se combinam com o contraponto intenso e criativo de La Faro(morto em um acidente de carro dez dias depois da gravação do mais aclamado álbum do trio,"Sunday at the Village Vanguard" de 1961).Um raro exemplo de conjunto cuja inventividade,sinceridade e interação estava no auge.Deleitem-se.

Músicas

1-Israel

2-Haunted Heart

3-Beautiful Love

4-Elsa

5-Nardis

6-How Deep Is The Ocean

7-I Wish I Knew

8-Sweet and Lovely

Musicos

Bill Evans-Piano

Scott La Faro-Contrabaixo

Paul Motian-Bateria

Link: http://rapidshare.com/files/299549168/Bill_Evans_Trio_-_EXPLORATIONS.rar.html

Mais sobre Bill Evans

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bill_Evans

http://www.ejazz.com.br/detalhes-artistas.asp?cd=52

http://www.clubedejazz.com.br/ojazz/jazzista_exibir.php?jazzista_id=13

sábado, 24 de outubro de 2009

Iannis Xenakis-Metastasis,Pithoprakta,Eonta e Trabalhos Eletrônicos



Hoje estarei disponibilizando para todos um pouco da música de um dos grandes compositores do século XX,Iannis Xenakis (29 deMaio, 1922 – 4 de Fevereiro, 2001).

Xenakis foi um dos poucos compositores que combinavam diferentes areas do conhecimento humano com a música.Possuindo uma formação académica de arquiteto e engenheiro civil,aplicou estes conceitos em suas obras depois da sugestão de seu professor,Olivier Messiaen,que sempre procurou estimular seus alunos a usar o que eles sabem em outras campos, na música que produziam.Tal abordagem,rigorosamente intelectualizada na música,podia facilmente fazer as obras de Xenakis soarem mecânicas e frias(o chamado serialismo),o que em algumas obras dele realmente acontecem.Porém a analise da arte pela arte nos diz que qualquer um pode usar os meios que quizer para se expressr,portanto o questionamento de suas técnicas e algo que podemos considerar inválido.

Xenakis nasceu na Roménia,mais especificamente na cidade de Brăila.Filho mais velho de Clearchos Xenakis e Fotini Pavlou.Seus pais eram interassados em música,e através de sua mãe,Fotini,o jovem Xenakis foi introduzido na arte dos sons,porém a morte dela,quando ele tinha apenas cinco anos foi uma experiência traumática que o assombrou durante um bom tempo.Sem a mãe em casa,foi educado por professoras particulares e subseqüentemente em 1932 foi mandado a uma escola privada,na qual era cantor no coral.Após se graduar,foi-se para Atenas para se preparar para os exames da Universidade Nacional Técnica de Atenas.Apesar de sua intenção ser o estudo da arquitetura e engenharia,começou a tomar lições de harmonia e contraponto com Aristotelis Koundouroff.Em 1940 passou com sucesso nos exames da universidade,porém com a explosão da guerra greco-italiana teve que cessar seus estudos.Ainda que a Grécia tenha ganho o conflito,a Alemanha se juntou a Itália na Batalha da Grécia que ocorreu em abril de 1941,gerando a ocupação das Potências do Eixo no país,durando até fins de 1944.Xenakis então integrou a Frente de Liberação Nacional,partcipando de grandes protestos públicos e acabou associando-se a resistência armada.

Após a expulsão das Potências do Eixo,a Inglaterra tentou restaurar uma monarquia na Grécia,o que ia contra as intenções do Partido Democrático Nacional,esta situação resultou em uma guerra civil.Em dezembro de 1944,Xenakis e outros estudantes de extrema-esquerda,se envolveram em um conflito com tanques ingleses,que resultou na quase morte de Xenakis após um projétil tê-lo acertado no resto.O incidente o fez perder o olho esquerdo e deixou uma grande cicatriz,o fato de ele ter sobrevivido segundo próprio,foi um milagre.

Mesmo com tantos conflitos,Xenakis se graduou em 1946 em engenharia-civil e foi conscrito nas forças armadas nacionais.Em 1947 o novo governo da Grécia iniciou a caça por membros da resistência,e a mandá-los a campos de concentração.Xenakis,temendo por sua vida,desertou do exército e com a ajuda de seu pai e conhecidos pegou um voo da Grécia para a Itália.Acabou por chegar em Paris em 11 de Novembro de 1947.A fuga de seu país natal,deixando para trás vários amigos e familiares,criou em Xenakis uma grande sensação de culpa,e se sentiu em dívida com todos eles.O prórpio declarou que o único jeito de quitar tal dívida era fazendo algo importante,algo além da música,algo bem mais significativo.Esta foi sua missão em vida.

Mesmo sendo um imigrante ilegal em Paris,Xenakis conseguiu um emprego no estúdio de arquitetura de Le Corbusier.Inicialmente fazia pequenos trabalhos,mas com o tempo foi subindo de cargo até trabalhar ao lado de próprio Corbuiser.Dentre os projetos mais importantes estão o projeto do Pavilhão Phillips na Expo 58,no qual Xenakis construi sozinho a partir de um rascunho de Corbuiser.Está construção influenciou diretamente Xenakis na música que estava fazendo na época como "Metastasis"(1953-4) na qual logo comentarei

Ao mesmo tempo que trabalhava com Corbuiser,Xenakis também estava se dedicando igualmente a música,trabalhando normalmente tarde da noite.Estudou com professores como Nadia Boulanger,Arthur Honegger e Darius Milhaud,no entanto,foi rejeitado por todos,em especial por Honegger,que dizia que o que ele fazia não era música.Por sugestão de Annette Dieudonné,uma amiga de Boulenger,foi estudar com Olivier Messiaen que reconheceu o talento de Xennakis.Inicialmente Messian dizia que Xenakis já era muito velho e o fato de saber arquitetura e matématica poderia lhe oferecer um futuro mais promissor do que na música,porém percebeu que ele poderia usar estes conhecimentos em suas obras.As peças de Xenakis do perído anterior a 1951(ano que começou os studos com Messian) eram derivadas principalmente da música folclórica da Grécia e de compositores como Bartók e Ravel.Ao iniciar os estudos com Messiaen,tomou conhecimento da música contemporânea e técnicas serialistas que o influenciaram ao longo de sua carreira.

Em 1954 com o suporte de Messiaen,Xenakis integrou o Groupe de Recherches de Musique Concrète, uma organização liderada por Pierre Schaeffer e Pierre Henry,dedicado a produção e pesquisa de música eletrônica e concreta.Obras desta fase coementarei logo.No final dos anos 50 a fama de Xenakis no circuito musical começou a subir.Em 1957 recebeu um prêmio da Fundação Cultural Europeia,e em 1958 recebeu a comissão da Radio-França para criar obras.No mesmo ano uma de suas peças concretas,"Concret PH", foi usada no PavilhãoPhillips.Em 1960 já era famoso o suficiente,e recebeu uma comissão da UNESCO para criar a trilha sonora de um documentário do diretor Enrico Fulchignoni.

Depois de abandonar Le Corbusier em 1959,Xenakis já podia se sustentar sozinho,por meio de suas composições e aulas.Rapidamente se tornou um dos compositores europeus de maior renome.Ficou especialmente conhecido pela sua pesquisa no uso de computadores no processo de produção musical,fundando a Equipe de Mathématique et Automatique Musicales (EMAMu) em 1966 (conhecido como CEMAMu: Centre d’Etudes de Mathématique et Automatique Musicales, desde 1972).Em 1979 desenvolveu o UPIC,um sistema de computador que podia traduzir imagens gráficas em sons.

Além de compor,Xennakis se dedicava também a elaboração de textos e artigos sobre suas técnicas de criação.O último trabalho de Xenakis,"O-Mega" foi completado em 1997,a partir dali sua saúde,que já há alguns anos estava em declínio,piorou.Naquele ano parou de trabalhar.No começo de fevereiro de 2001,Xennakis entrou em coma e faleceu no dia 4 daquele mês.Estranhamente o motivo oficial de sua morte não consta nem em seu site oficial.



Deste grande mestre,estarei disbonibilizando para vocês dois cd's,um com três peças orquestrais e outro com trabalhos eletrônicos/concretos.No primeiro cd existem três obras,"Metastasis","Pithoprakta" e "Eonta",que comentarei agora um pouco de cada uma.



Metastasis(1953-4)-Esta obra,originalmente fazia parte da trilogia de composições"Anasteria",porém atingiu um tamanho grau de abstração que o seu englobamento neste conjunto não era mais necessário.

Durante os anos 50,Xenakis tinha alguns objetivos em mente,1)criar uma peça dodecafônica com a ajuda de computadores,e cuja forma geral estivesse baseada em alguns princípios básicos.2)Uso de mudanças contínuas de acordes,ou seja um acorde que se transforma em outro sem uma quebra de continuidade(o tempo em si).Estes questionamentos sobre o a relatividade do tempo surgiram de discussões entre Xenakis e Messian.Messiaen concluiu que,a música ao ser reproduzida de trás para frente dificilmente lembraria a original e compravaria uma sucessão de eventos,porém,caso tanto a versão original e a contrária fossem idênticas,o conceito de tempo transcorrido seria algo relativo,pois a sucessão de eventos em ambas as formas é igual.A partir dessa observação,Messiaen desenvolveu os ritmos não-retrógrados,ritmos que caso fossem executados ao contrário seriam iguais.

Com as premissas de Messiaen e seus objetivos de composição,Xenakis acabou por criar uma peça na qual os instrumentos de cordas realizavam glissandos contínuos,criando mudanças de acordes que o ouvinte dificilmente prestaria atenção,visto que passa uma idéia de imobilidade.Em relação ao seu objetivo de estruturar a composição dentro de alguns príncipios básicos:computou as dinâmicas,durações,timbres e permutações de intervalos de cada uma das notas dentro de um sistema que obedece uma série de progressões geométricas.

Outra inflência neste trabalho são as lembranças de Xenakis sobre os sons da guerra.Segundo o próprio,em um tiroteio,o som individual de cada bala era de difícil assimilação pelo ouvido humano,porém sabemos que aquele conjunto de sons forma o chamado tiroteio.A ordem dos tiros poderia ter sido completamente diferente,mas o todo ainda seria reconhecido como uma rajada de balas.Este obra foi escrita para 60 músicos

Pithoprakta(1955-6)-Nesta obra escrita para 49 músicos,Xenakis estabelece uma analogia entre o movimento de um gás no espaço e o "movimento" de um agrupamento de cordas.Não é possível descrever a trajetória de uma molécula isolada, no entanto, através da lei de Maxwell-Boltzmann(usada nesta obra), torna-se transparente o movimento do conjunto das moléculas, quando nos é dada a temperatura e pressão.Arbitrando temperaturas e pressões imaginárias, Xenakis, com este modelo, consegue atingir uma música em que não se ouvem as vozes isoladas mas apenas o conjunto da massa sonora.

Eonta(1963-4)-Escrita para dois trumpetes,três trombones e um piano,esta singular peça recria as dinâmicas de sons aleatórios dentro de um contexto estritamente composicional.As partes que soam "caóticas" e "desetruturadas",forma rigorosamente escritas,e como na maioria das obras de Xenakis não há espaço para improvisos.A Teoria dos conjuntos foi usada nesta peça.

http://rs105.rapidshare.com/files/36363511/iannis_xenakis_-_1993_-_Metastasis_Pithoprakta_Eonta_-_vk.rar


Agora vou comentar um pouco sobre suas peças concretas/eletrônicas.


Diamorphoses (1957)-Esta é a primeira peça de Xenakis concluída após sua entrada no Groupe de Recherches de Musique Concrète.Podemos notar o interesse do compositor pela criação de peças de texturas e sonoridades ricas.

A peça em si apresenta uma série de sons de baixa frequência(extraídos de um tremor,um trem e um jato decolando) sobre os quais outros sons de maior definição são sobrepostos(sinos).Pela manipulação destas matérias sonoras por meio de fitas magnéticas em um estúdio,Xenakis combinou o glissando sonoro presente na decolagem do jato com o glissando dos outros sons.O trabalho aplicado nesta composição faz com que a fonte primária de todos os sons presentes não seja evidenciada,algo inédito no meio de produção de música concreta da época.


Concret PH(1958)-Esta curta peça apresenta sons provenientes de carvão queimando.Tais sons inicialmente foram gravados,deois manipulados usando fitas magnéticas.Trechos pequenos foram extraídos e isolados de seu contexto original,estes por sua vez foram sobrepostos a outros que sofreram o mesmo processo.O resultado final é uma malha sonora quebradiça na qual os sons individuais são de difícil assimilação,principalmente porque os ruídos tem durações de centesimos,até milesimos de segundo.

Orient-Occident(1960)-Uma obra criada usando apenas um gravador de dois canais.Os sons metálicos presentes foram modificados de modo que o ataque e resonância de cada som individual pudesse ser explorado de formas diferentes.Sons de água também podem ser reconhecidos,além de outros de natureza não especificada.

Bohor(1962)-Uma longa peça na qual os sons discordantes são combinados e se mantém em contínua transição.

Hibiki-Hana-Ma(1970)-Obra criada especialmente para a Feira Mundial que ocorreu em Osaka em 1970.Originalmente foi executada por meio de 800 auto-falantes localizados abaixo do chão do lugar.Assim como outras obras de Xenakis o desenvolvimento gradual das texturas é algo aparente.

S.709(1992)-Uma peça criada a partir da síntese estocástica dinâmica,metódo de produção de sons a partir de algorritmos númericos.O resultado final compreende a uma massa disforme de som cujos movimentos são imprevisíveis.

http://www.mediafire.com/download.php?mmnn45m1njt

Aproveitem

Gato Barbieri-Alguns Discos



Meu primeiro contato com o saxofonista Gato Barbieri(Rosário,Argentina, 28 de Novembro de 1934) se deu quando comprei um disco considerado meio que um pirata,"Obsession",gravado ao vivo em Milão em,1967.Este disco tinha duas faixas de vinte minutos cada,na qual o trio,formado por Barbieri(saxofone tenor),Jean-François(contrabaixo) e Aldo Romano(bateria) se aventura em improvisos livres e ruidosos.Barbieri em especial explode em raiva nas duas composições,"Obsession" e "Michelle"(nenhuma relação com a faixa dos Beatles).Seu saxofone emite gritos,chiados,rugidos e outros sons considerados pouco musicais,enquanto os outros músicos criam uma base sólida de fundo.A música por si só é extremamente energética e Barbieri consegue imprimir muita emoção nos seus solos.

O disco também tinha uma biografia assinada por Arnaldo Aflalo,que vou reproduzir para vocês

"Leandro "Gato" Barbieri nasceu em rosário, Argentina, em 1935, filho de um carpinteiro, mas sobrinho de um sax tenor que ignorava o jazz. Em 1947, descobre Charlie Parker, numa época em que tocava requinto, espécie de pequena clarineta. Estudou clarineta durante cinco anos, sax alto por três anos e composição por dois, e com 18 anos tocou com Lalo Schifrin, antes de , aos 20 anos optar pelo sax tenor.

Após vários anos de proeminência em Buenos Aires, passou sete meses no Brasil, partindo então para a Europa, em 1962, onde ele e sua mulher italiana estabeleceram-se em Roma,enquanto sua reputação de "jazzman" crescia rapidamente.Trabalhou na Itália, ajudado por amigos cineastas, como Gani Amico e Bernardo Bertolucci, fazendo música para "Notes for a Film on Jazz", do primeiro, e "Último Tango em Paris", do segundo, entre outros.

Em 1965, Gato Barbieri foi para Paris, onde encontrou-se com o cornetista Don Cherry, com quem se associou durante vários anos, depois instalou-se em Nova York, gravando com Cherry e Pharoah Sanders, Steve Lacy, Carla Bley, Alan Shorter, Dollar Brand,Giorgio Gaslini e Jazz Composers Orchestra, assim como para a gravadora Flying Dutchman. Nos anos seguintes, apareceu em numerosos festivais e em 1973 começou a gravar e excursionar com um novo grupo de músicos sul-americanos, especialmente da Argentina e Brasil

Influenciado por John Coltrane,Gato Barbieri tem um estilo que é uma alternância de grandes gritos pacíficos e ascendentes e de rangimentos e estremecimentos ácidos.Ao sax e á flauta ele adiciona elementos vocais de inspiração sul-americana. Em "Obsession", ele improvisa livremente, tocando ora agressivamente ora suavemente, dentro da tradição vanguardista, muito bem acompanhado pelo frânces Jean-François Jenny Clark e pelo italiano Aldo Romano, numa perfeita integração européia-sul-americana que caracteriza sua música"

Este texto é bem explicativo da música produzida por Barbieri até aquele ponto de sua carreira.Em seu primeiro lançamento,"In Search of The Mystery" de 1967 pelo selo ESP,Barbieri explora o som vanguardista do Jazz produzido naquela época por nomes como Ornette Coleman,Albert Ayler e John Coltrane.Em seu segundo álbum,"The Third World"(1969),começou a integrar instrumentos latinos com os ensinamentos do free jazz,gerando um híbrido bastante peculiar.O auge desta experimentação foi a disco "Fenix"(1971),e o lançamento seguinte,"El Pampero",um registro ao vivo desta fase,que entre outras coisas,tinha o percurssionista brasileiro Nana Vasconcelos.

O momento que definiu o rumo que sua carreira iria tomar,foi o lançamento da trilha sonora do filme "Último Tango em Paris",que trouxe para Barbieri préstgio por parte do público e da crítica.O disco seguinte,"Bolivia"(1973),revela Barbieri adotando um som mais melódico e acessível tanto para o público norte-americano quanto a sul-americano.

Em 1973 assinou um contrato com o selo Impulse!.O resultado foi a aclamada série de quatro álbuns dedicados a exploração da música latino-americana.Depois desses quatro álbuns,Barbieri mudou radicalmente de estilo,concentrando-se em um som mais pop e melódico que agradasse as massas,semelhante ao terrível Kenny G,além de adotar uma estética neo-brega.Os discos desta fase são verdadeiras pérolas da cofonice e do mau gosto.Esta mudança de estilo é algo meio que inexplicável($$$),porém já era sentida a algum tempo.

Atualmente Gato Barbieri desfruta de uma posição privilegiada dentro do mundo do jazz,com seus discos vendendo,e respeito total por parte da crítica,apesar de seus deslizes.Disponibilazerei para vocês os discos "Fenix" e "El Pampero",além do disco "Complete Communion" do cornetista Don Cherry,primeiro disco com a participação de Barbieri.

Don Cherry - (1965) Complete Communion

Faixas

1-Complete Communion: Complete Communion / And Now / Golden Heart / Remembrance
2-Elephantasy: Elephantasy / Our Feelings / Bishmallah / Wind, Sand And Stars

Musicos

Don Cherry-Corneta
Gato Barbieri-Saxofone Tenor
Henry Grimes-Contrabaixo
Ed Blackwell-Bateria

http://rapidshare.com/files/277509066/Don.Cherry_1965_CompComm.rar


Gato Barbieri-(1971)-El Pampero(320 Kbps)

Músicas

1-El Pampero
2-Mi Buenos Aires Querido
3-Brasil
4-El Arriero
5-El Gato

Musicos

Gato Barbieri-Saxofone tenor.
Lonnie Liston Smith-Piano
Chuck Rainey-Contrabaixo
Bernard Purdie-Bateria
Sonny Morgan-Conga
Nana Vasconcelos-Percurssão,Berimbau

http://rapidshare.com/files/225727172/_2002__GB_-_EP_por_Stepenson.rar

Gato Barbieri(1971)-Fenix

Músicas

1-Tupac Amaru
2-Carnavalito
3-Falsa Bahiana
4-El Dia Que Me Quieras
5-El Arriero
6-Bahia

Musicos

Gato Barbieri-Saxofone Tenor
Ron Carter-Contrabaixo,Baixo Elétrico
Joe Beck-Guitarra
Gene Golden-Bongos,Congas
Lonnie Liston Smith-Piano,Piano Elétrico
Nana Vosconcelos-Congas,Berimbau
Lenny White-Bateria

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Toru Takemitsu

Um dos compositores de maior renome e criatividade do século XX,Toru Takemitsu(8 de Outubro, 1930 – 20 de Fevereiro, 1996),conseguiu unir como nínguem as tradições musicais de dois mundos opostos,o ocidental e o oriental,e ainda mantendo-se sempre atento para criar música que se locomove-se para frente,e não para trás.Sua obra é vasta e abrange peças de câmara,orquestrais,música do acaso(influência de John Cage),música eletrônica,tanscrições de canções populares,e obras feitas para instrumentos tradicionais japoneses.Também compôs inúmeras trilhas para filmes.


Apesar de ser autodidata,sua música apresenta uma maturidade e uma atenção aos detalhes muito grande.Uma das razões para tal coisa,era que o próprio Takemitsu buscava sempre inspiração da natureza,suas cores,seus sons e suas formas.Costumava compor sentado em jardins(os kaiyu-shiki,eram de grande interesse dele),o que ele compunha ia gradualmente mudando segundo o clima ao seu redor,gerando música de grande qualidade textural e de uma sensibilidade única.E diferentemente de compositores como Pierre Schaeffer e Karlheinz Stockhausen,que criavam música eletrônica e concreta a partir principalmente de sons mecânicos e geradores de ondas,Takemitsu criava a sua usando os sons da própria natureza,como gotas de água,barulho do vento e sons de animais.


O interesse de Takemitsu pela música começou quando servia no exército durante a segunda guerra mundial.Apesar da música ocidental ter sido banida na época,com ajuda de seus companheiros,conseguiu um disco que continha uma canção popular francesa ("Parlez-moi d'amour").Após o fim da guerra e a consequente ocupação americana no Japão,Takemitsu começou atrabalhar para o lado ianque,porém estava seriamente abatido.Hospitalizado durante um longo tempo,aproveitou para ouvir o máximo possível de música ocidental.Ao mesmo tempo sentiu uma grande necessidade de se afastar da música tradicional Japonesa e o que ela representava para ele("[...]amargas memórias da guerra").



Apesar de não possuir nenhum treinamento formal e inspirado na pouca música ocidental que havia ouvido,decidiu se tornar um compositor.No começo de 1948,teve aulas com Yasuji Kiyose,porém logo seguiu seu caminho sozinho,fundando em 1951 com ajuda de outros artistas o Jikken Kōbō(workshop experimental),uma associação artistica multi-mídia que pretendia se desviar das tradições artisticas do Japão.Takemitsu junto com os outros compositores presentes neste grupo,introduziram vários elementos das artes provenientes das ultimas tendencias ocidentais.Dentre as principais,musicalmente falando,estão o uso de gravadores de fita eletrônicos para a produção de música concreta,e técnicas de comopositores de vanguarda como Messiaen e Cage.Destaques desse período incluem "Lento in due movimenti "(dois lentos seguidos),"Pausas Initerruptas"(uma peça para piano sem divisão de compassos e tempo definido),"Relevo Estático" e "Vocalismos A-I"(estas duas últimas,obras concretas).


O momento decissivo de sua carreira foi quando o famoso compositor Igor Stravinsky estava de passagem pelo Japão e ouviu uma de suas obras;"Requim"(1957)por puro acaso.Reza a lenda que ao desembarcar no Japão,Stravinsky recebeu o convite da rede de televisão NHK para ouvir composições dos novos talentos do país.Quando a música de Takemitsu foi posta por acidente,Stravinsky insistiu ouvir inteira.Em uma conferência após o evento, Stravinsky declarou sua admiração pela obra,e acabou convidandoTakemitsu para um lanche,o que deixou o próprio em extase por conhecer um de seus ídolos.

Após o incidente,a fama de Takemitsu se espalhou rapidamente pelo globo.Sua música começou a ser difundida pela Europa,gerando adimiração do público e da crítica.Também começou a receber pedidos de obras.Uma das primeiras foi para a Fundação Koussevitsky por uma sugestão de Stravinsky a Aaron Copland,que resultou na peça "Horizonte Dórico"(1966) que teve sua estréia executada pela Sinfonica de São Franscico sob conduta de prórpio Copland.


Durante esse periodo Takemitsu redescobriu a música proveniente do seu país principalmente por meio de John Cage que era interessado em prática Zen.No início dos anos 60 introduziu de forma discreta instrumentos orientais em sua música,particularmente a biwa,que usou de forma extensiva na trilha sonora do filme "Seppuku"(1962).Em 1967 recebeu a proposta da Orquestra Filarmônica de Nova York para criar uma obra em homenagem aos 125 anos da orquestra,o resultado final foi um de dos trabalhos mais expressivos de Takemitsu,"Passos de Novembro".Nesta obra,Takemitsu introduz a biwa e o shakuhachi,intrumentos tradicionais japoneses dentro de uma orquestra,criando uma obra que rompe com as divisões culturais e de grande criatividade.Originalmente Takemitsu teve grandes problemas em combinar os intrumentos do oriente e do ocidente de uma maneira harmonica,porém,em vez de tentar combina-los,criou uma música que mostrasse suas diferenças."Passos de Novembro" foi largamente difundido no ocidente,principalmente por estar contido em um disco que tinha a gravação da "Sinfonia Turangalila" de Olivier Messiaen.

No começo dos anos 70,Takemitsu se aprofundou cada vez mais na música do oriente,principalmete aquela proveniente de Bali.As escalas e os ritmos vindos daquele país eram de grande interesse dele.Podemos notar esta influência em algumas de suas obras deste período,dentre elas "Para Longe"(1973),na qual uma longa e complexa linha melódica é distribuida nas duas mãos do pianista,reflexo das orquestras de metalofones tradicionais de Bali,onde os músicos usavam as duas mãos nos intrumentos de forma alternada para criar os ritmos.Começou também a integrar de forma mais efetiva instrumentos orientais com os ocidentais em obras como "Outono"(1973) e "Um Floco Descende no Jardim Pentagonal"(1977).Estas composições também revelam Takemitsu adotando uma linguagem "pantonal",com o uso de diferentes escalas sobrepostas a uma principal.


Nos anos 80 desenvolveu o conceito de "mar de tonalidade",com peças como "Perto do Mar"(1981),"Eu ouço a Água Sonhando"(1987) e "A Chuva Vindo"(1982),adotando a progração E bemol-E-A,na qual ele poderia integrar séries de acordes pantonais que estariam ligados a este simples motivo.Aprofundou este conceito nesta época,com boa parte de suas composições tendo pontos pedal,fazendo assim a música ficar ancorada em uma ou duas notas centrais na qual todas as outras gravitavam em motivos alternados.


Nos anos 90 continuou a fazer sua música,que cada vez era mais respeitada e premiada ao redor do globo.Neste meio tempo suas composições que uniam intrumentos e conceitos musicais orientais com ocidentais já haviam se tornado muito mais maduras e exploravam melhor as sonoridades dos dois mundos.Sobre isso Takemitsu declarou:"[...]os vários paísese e culturas do mundo começaram uma jornadade de unificação geografica e histórica de todas as pessoas[...]".Takemitsu veio a falecer de maneira trágica em 1996 devido as complicações decorrentes do câncer,deixando para trás um legado de importância incomensurável,cuja mensagem sempre foi a união não o isolamento.


Como a obra de Toru Takemitsu é muito vasta e discos com suas composições são raros até na internet,vou disponibilizar um arquivo torrent contendo um bocado de música,então aproveitem


http://rapidshare.com/files/296952728/Toru_Takemitsu.rar.html

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Derek Bailey-Solo Guitar Vol.1


Apesar de ser enquadrado no mundo do jazz e ter tocado diversas vezes com musicos deste gênero, o guitarrista Derek Bailey(29/01/1930- Sheffield,Inglaterrra-25/12/2005,Londres,Inglaterra),dificilmente tem as qualidades de um jazzista.Sua música não possui "swing" algum,dificilmente vemos alguma harmonia,e não existem temas recorrentes(frases,riffs,melodias).Contudo,sua expressão musical livre,atonal e arritmica,abandono de técnicas musicais "normais" e busca por novos sons deve tudo a música produzida na era pós-Coltrane.

Bailey começou sua carreira tocando jazz convencional ainda nos anos 50.Na decada seguinte formou o trio Joseph Holbrooke,com seus amigos Tony Oxley e Gavin Bryars.O conjunto evolui rapidamente,aderindo ao improviso livre no lugar do jazz tradicional.Ao se mudar para Londres em 1966,entrou em contato com os principais nomes do som improvisado,como o saxofonista Evan Parker,e o baixista Dave Holland.Tal encontro foi essencial em sua carreira,pois a partir dali começou a participar de inumeros discos,dentre eles "European Echos" do trumpetista Manfred Schoof e "Nipples" do saxofonista alemão Peter Brotzmann.Em 1970 fundou o selo Incus,ao lado de Evan Parker,Tony Oxley e Michael Walters.O primeiro lançamento do selo foi o seminal "The Topography of the Lungs",onde o grupo formado por Bailey(guitarra),Evan Parker(saxofone tenor e soprano) e Han Bennink(percurssão),pratica improvisos livres,criados ali mesmo durante a gravação.

Nos anos 80 Bailey fez várias colaborações com musicos de diferentes estilos,dentre eles John Zorn e o guitarrista mais puxado para o pop,Pat Metheny.Fez incursões por diferentes sons mundias(a chamada"World Music")e gravou alguns discos usando no lugar de sua guitarra um violão.Nos anos 90 continuou a navegar por diferentes universos sonoros,dentre eles o Drum N' Bass e o free-funk.Morreu no dia de Natal de 2005,estava sofrendo de problemas relacionados as funções motoras e neurologicas.Após sua morte foram laçados alguns discos dentre eles,"The Moat Recordings" com gravações da época que estava no Joseph Holbrook e outro contendo standarts.

O Disco aqui postado,"Solo Guitar",é um dos primeiros lançamentos solo de Bailey,onde podemos admirar o estilo singular do próprio que usa a guitarra mais como um gerador de sons do que um intrumento musical típico.A instrumentação usada,além da guitarra, é um amplificador e um pedal de volume.Com apenas isso Bailey cria de forma espontanea paisagens sonoras obtusas e sons raramente associados a guitarras.Temos ainda algumas faixas satiricas e uma outra em que um sintetizador é usado("Where is The Police"),mostrando o lado leve deste musico único.

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Henri Dutilleux-Trabalhos Diversos(320 kbps)

Henri Duttileux (Angers, Maine-et-Loire, 22 de janeiro de 1916)
é um compositor francês,que apesar de estar no alto de seus 90 e poucos anos,ainda é um tanto quanto ignorado,mesmo em seu país natal.Outro fator que o impede de se tornar "popular",é o seu conjunto da obra,que somado,é relativamente curto,comparado a outros musicos que na metade de sua idade produziram o dobro dele.Apesar de todas essas adversidades,Dutilleux é um compositor dos mais originais de sua geração,que incluia nomes como Messiaen e Cage.


Sua música combina elementos de compositores como Ravel e Debussy,com as sonoridades "difíceis" de Bartók e Stravinsky,além de todas suas idiossincrasias.Também é influenciado pela pintura e literatura,nesse campo podemos citar Van Gogh,Proust e Baudelaire.

Seu estilo de composição favorece partes orquestrais bastante refinadas,ritmos complexos e o uso de atonalidade e modalidade.Podemos notar também seu gosto por oferecer o tema principal da cada peça depois de várias passagens que mostram apenas fragmentos da mesma.De um ponto de vista externo é visível a simetria e organização da música(melódias,ritmos,etc),pelo uso de palíndromos(frases que de trás para frente são iguais) e imagens que lembram formas geométricas em suas partituras


Sendo um compositor com um forte senso de integridade,permitiu apenas que uma pequena parte de seu trabalho fosse publicado,e só depois de várias revisões pelo próprio.Afirma também que sua música é não-idiomática,ou seja,não pertence a nenhum gênero.


Postarei aqui alguns de seus trabalhos de forma individual,para uma apreciação mais satisfatória e prática.


Sonata Para Piano(1946-1948)

Esta sonata para piano é o primeiro trabalho de Dutilleux marcado como opus.Dedicada a pianista Geneviève Joy.Acabou por se casar com ela em 1946.Escrita como um sonata tradicional dividida em 3 movimentos,sendo o terceiro variações sobre um tema.Os climas variam bastante, sendo algumas partes de clara influência impressionista,e outras,lembram a música de Bartók.

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Figuras De Resonância-3 Prelúdios

As Figuras de Resonância são quatro curtas peças que exploram as variadas sonoridades do piano acústico.Os 3 prelúdios,assim como a sonata,apresentam sonoridades vividas e impressionistas combinadas com passagens dissonantes e sombrias

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3 Strophes sur le Nom de Sacher(1976-1982)

Uma composição escrita em homenagem aos 70 anos do regente Paul Sacher.Feita para um cello,cujas duas cordas mais graves foram afinadas de G para F#,e de C para A# respectivamente.Ao todo foram usadas 6 notas(D#,A,C,E,D)que derivam da fonética e da pronúncia da palavra "Sacher" em francês e alemão

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Ainsi la Nuit (1976)


Um quarteto de cordas,cujos movimentos dão destaque para diferentes técnicas(glissando,pizzicato,harmonicos,etc) e formas de performance.O quarto movimento,por exemplo,é baseado em cinco notas,organizadas em uma estrutura modal,que aparecem sempre em uma ordem diferente,até se diluírem em um período ritmicamente livre.

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Sinfonia No.2-Le Double(1959)


A influencia do jazz em alguns momentos pode ser claramente percebida nas composições de Dutilleux.Um bom exemplo é sua segunda sinfonia,cuja orquestra é dividida em dois:um grupo menor(com instrumentos de diferentes seções) e outro maior,que consiste no resto da orquestra.Esta abordagem lembra muito as big-bands dos anos 30,no entanto,o grupo menor serve mais como uma "assombração",executando linhas contrastantes e complementares á aquelas tocadas pelo grupo maior.


Métaboles(1965)


Nesta fascinante obra,Dutilleux trabalha com o conceito de metamorfose.Pequenos eventos sonoros ocorrem ao longo da composição,tais eventos alteram a ordem da musica,causando variações que são sentidas de forma gradual.Os quatro primeiros movimentos são dominados por diferentes seções da orquestra,até que no último movimento todos se juntam.Atualmente essa é uma de suas peças mais executadas.

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Sam Rivers-Fuchsia Swing Song,Contours(320 Kbps)

No post de hoje,estarei disponibilizando para todos,os dois pimeiros álbuns do saxofonista Sam Rivers(25 deSetembro de 1923,El Reno, Oklahoma)pelo selo Blue Note.

Rivers nasceu com a música já ao seu redor,principalmente pelo fato de seu pai ser um musico que tocava em igrejas.Em 1947 foi estudar música no Conservatório de Boston.Apesar de ter recebido um ensino formal,foi lá que começou a questionar as"regras" que lhe eram impostas.Por conta própria,iniciou a busca por sonoridades curiosas e de natureza não convencional.Tal busca pode ser notada claramente em seus discos:melodias sobrepostas,blocos de notas discordantes e relações complexas de acordes.

Em 1959 começou a tocar com o baterista Tony Willians,que na época tinha apenas 13 anos.Em 1964 participou do disco de estréia de Willians pelo selo Blue Note,onde sua técnica e idéias musicas já estavam formadas.Ao mesmo tempo,por sugestão de Willians,ingressou no quinteto de Miles Davis,que com essa formação,gravou apenas um disco,"Miles In Tokyo".Davis o tirou do grupo por considerar seu jeito de tocar muito livre,seu substito acabou por ser Wayne Shorter(já comentei sobre ele uns posts atrás).

Rivers acabou por assinar um contrato pela Blue Note,lançando 4 álbuns altamente influentes e aparecendo como "sideman" em vários outros.

Seu primeiro lançamento foi o álbum "Fuchsia Swing Song" em 1964.Neste trabalho notamos claramente os impulsos do Free Jazz,onde os solistas ultrapassam a harmonia,porém sempre mantendo uma complexa ligação com o tema principal.Os destaques vão para a balada "Beatrice" e “Luminous Monolith”,esta última aplica mudanças de acordes tradicionais,porém soa modal.Em 1965 lançou "Contours".Neste disco Rivers abraça por completo a vanguarda,com composições que ficam na linha entre o bop contemplativo,bem estruturado,e densas dissonâncias,além do rico improviso coletivo,que gera momentos de pura imprevisibilidade.Lançou ainda "A New Conception" e "Dimensions e Extensions",discos esses,que revelam Rivers como um verdadeiro visionário,cujo objetivo não era quebrar a linha,mas sim estendê-la.

Durante os anos 70,Rivers continou a lançar discos e apareceu em vários outros(destaque para "Conference Of The Birds" de Dave Holland).Também abriu sua casa para espectadores que tivessem interese em ver como era seu processo criativo.Atualmente Rivers continua se apresentando com sua orquestra por todo o mundo e já ganhou vários prêmios.

Ai estão os discos,aproveitem.

Fuchsia Swing Song(1964)

1. Fuchsia Swing Song
2. Downstairs Blues Upstairs
3. Cyclic Episode
4. Luminous Monolith
5. Beatrice
6. Ellipsis

Musicos

Sam Rivers -Saxofone Tenor
Jaki Byard -Piano
Ron Carter -Contrabaixo
Anthony Williams-Bateria

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Contours(1965)

1.Point of Many Returns
2.Dance of the Tripedal
3.Mellifluous Cacophony
4.Euterpe

Musicos

Sam Rivers-Saxofone Tenor e Sprano,Flauta
Freddie Hubbard-Trumpete
Herbie Hancock-Piano
Ron Carter-Contrabaixo
Joe Chambers-Bateria

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domingo, 11 de outubro de 2009

Krzysztof Penderecki-Trabalhos Orquestrais-Vol.1(320kbps)


No período póstumo a segunda guerra mundial,a Polônia,um dos países mais devastados,incentivou fortemente a culutra nacional.Teatros,escolas e museus foram reconstruídos,a educação foi ampliada,e o ensino das artes se desenvoloveu em grande escala.Junto com essas mudanças,uma série de novos artistas se estabeleceram,abandonando os conhecimentos tradicionais para dar lugar a uma nova visão,não apenas da arte mas do mundo todo.Na campo da música,nenhum foi tão importante e influente quanto Krzysztof Penderecki(Dębica, Polônia, 23 de novembro de 1933)
Influenciado por compositores como Pierre Boulez,Anton Webern e Stravinsky,começou a criar suas primeiras peças ainda na juventude.Em 1959 se deu ínicio ao seu reconhecimento internacional após algumas de suas obras terem sido executados no Festival de Varsóvia,causando espanto e admiração por parte do público e da crítica.O momento decisivo de sua carreira veio no ano seguinte,com sua obra para 52 instrumentos de cordas,"Trenodia Para as Vítimas de Hiroshima".Nesta peça,altamente vanguardista,Penderecki abandona boa parte dos conceitos musicais tradicionais,usando os instrumentos de cordas para produzir sons pouco usuais(bater no corpo do instrumento,tocar com o arco atrás da ponte),além do emprego de quartos de tons dentro de clusters(aglomerado de notas).Incialmente era uma música sem nome,porém ao ouvi-la pela primeira vez,Penderecki sentiu que a carga emocional era muito alta.Em busca de associações acabou por homenagear as vítimas da explosão nuclear de Hiroshima.
Nos anos seguintes Penderecki continuou sua busca por produzir música que não se encaixa-se em conceitos pré-estabelecidos e fórmulas de criação de sons."Polymorphia",lançado em 1961 era uma trabalho por demais complexo,sua partitura,altamente gráfica era inspirada nas ondas magnéticas produzidas pelo cérebro humano.Estranhamente a música acaba com um acorde de dó perfeito,sende esta a única "dissonâcia" presente,antecipando o caminho que Penderecki seguiria mais tarde.Em 1962 seu trabalho"Fluorescences" debutou no Festival de Música Contemporânea de Donaueschingen,causando alvoroço,e foi considerado por demais provocativo.A obra,além de uma seção de metais,sopros e cordas,possuia 32 instrumentos de percurssão,acompanhados por guiros,máquinas de escrever,gongos,e outros instrumentos pouco convencionais.A preucupação excessiva com com o som puro,culminou na obra "De Natura Sonoris".Nesta música,a orquestra é obrigada a usar frequentemente técnicas pouco ortodoxas em seus instrumentos para extrair os sons desejados.Em 1971 foi produzida uma seqüência desta obra,para um conjunto menor.Apresentava caracteristicas da música do século XIX,o que para muitos eram um sinal transitório.
Em 1966 Penderecki finalizou uma de suas obras mais ambiciosas,"A Paixão Segundo São Lucas".Esta composição foi recebida de forma entusiasmada pelo público,não apenas por ser uma obra religiosa escrita com um cárater vanguardista,mas também por equilibrar várias facetas sonoras dos últimos 300 anos.Texturas experimentais e dissonantes eram combinadas com formas barrocas e o uso mais tradicional de harmónia e melódia.Esta obra acabou por ser uma de suas últimas peças expressivas dentro de um contexto experimental.
A partir de segunda metade dos anos 70,Penderecki começou a se afastar da música de vanguarda e de seus contemporâneos como Stockhausen e Ligeti,focando em composições baseadas em conceitos pré-serialistas.Tal passo foi considerado por muitos, controverso,principalmente vindo de um dos compositores mais radicais da época.O prórpio explicou que"Durante os anós 60,puxamos a música muito longe que até para mim[...]não havia jeito de seguir em frente[...]".Apesar disso sua música continua de alta qualidade,sendo executada e premiada mundialmente.Em 1996 foi escalado para criar uma obra em homenagem aos 3000 anos de Jerusalém,a peça resultante "Os Sete Portões se Jerusalém"(Sinfonia No.7) foi tocada na cidade em janeiro de 1997 para aclamação geral
O disco aqui postado possui obras das "duas" fases da carreira de Penderecki,sendo assim bastante abrangente e didático para qualquer um interessado na música de um dos maiores compositores da segunda metade do século XX.
Músicas
1-De Natura Sonoris II(para orquestra)
2-Fluorescences(para orquestra)
Sinfonia no.3(1988-1995)
4-Primeiro Movimento(Andante con moto)
5-Segundo Movimento(Allegro con brio)
6-Terceiro movimento(Adagio)
7-Quarto Movimento(Passacaglia-Allegro moderato)
5-Quinto Movimento(Vivace)
6-Trenodia Para as Vítimas de Hiroshima(para 52 instrumentos de cordas)
Orquestra Sinfonica da Rádio Nacional da Polônia
Regência:Antoni Wit

Wayne Shorter-The Best Of-Blue Note Years(320kbps)



Em um daqueles passeios pela Redenção,estava lá eu em busca de alguns discos,que nem eu ao certo sabia quais eram.Fui direto para o único lugar que vende LP's decentes e de forma automática coloquei minha atenção nos discos de jazz que ali existiam.Me deparei com muitas atrocidades e pérolas do mau gosto humano,além de algumas coisas decentes,porém que eu não compraria.Quando estava quase desistindo de encontrar algo que valeria a pena ser comprado dei de cara com esse disco verde de capa horrenda,só podia ser dos anos 80(e era mesmo).O nome Wayne Shorter para mim não era estranho,porém desconhecia boa parte de seu trabalho.Sendo esse disco uma coletânea,e da fase que ele estava no selo Blue Note(garantia de qualidade),vi uma grande oportunidade para ao menos conhecer um pouco deste saxofonista.Comprei no ato,depois de pensar um pouco e concluir que não havia nada melhor.
Cheguei em casa,e a primeira coisa que fiz foi colocar o bolachão na minha vitrola.O que eu ouvi me deixou claramente surpreso.Eram musicas bastante criativas que estavam no meio termo entre o Bop(gênero de jazz surgido no final dos anos 40,baseado no virtuosismo e improviso sobre complexas mudanças de acordes)e as novas e revolucionárias idéias do Free Jazz.No entanto,não soava como nenhum dos dois estilos,ao mesmo tempo que era acessível aos ouvintes casuais e intrigante para qualquer musico que se preze.
A carreira de Wayne Shorter(25 de Agosto de 1933) na Blue Note começou enquato ainda estava no segundo grande quinteto de Miles Davis,onde ali colocava suas idéias em prática escrevendo um grande número de composições,que segundo Herbie Hancock,não eram alteradas,nem questionadas pelo "Mestre".O primeiro disco pelo selo foi "Night Dreamer"lançado em 1964,que serviu mais como uma preparação para o que viria a seguir."Ju Ju" veio logo depois e já mostrava Shorter incorporando elementos da música Free,principalmente aquelas derivadas de John Coltrane(os dois eram grandes amigos).A sua grande obra-prima foi a lançamento seguinte "Speak No Evil".Neste disco o estilo de Shorter já esta cristalizado,linhas melódicas longas e espaçadas sobre o ritmo principal,combinadas com seções de harmonia complexa.Os discos seguintes,"The Soothsayer","The All Seeing Eye" e "Adam's Apple",revelam o compositor indo mais fundo,pegando as regras melódicas e harmonicas do jazz e torcendo-as até que o resultado final seja o desejado.O Auge de toda essa experimentação foi o álbum"Schizophrenia" lançado em 1967.Neste lançamento os temas parecem convencionais,porém os solos individuais e a interação coletiva se tornam impreviziveis e desafiam os musicos constantemente,levando-os a áreas inexploradas.Seu lançamento final pela Blue Note foi o disco "Super Nova",um disco de transição.Mostrava Shorter acompanhado de instrumentos elétricos,como guitarras(nas maõs de John McLaughlin e Sonny Sharrock) e baixos.Neste disco,Shorter,que tocava saxofone tenor,começou a usar o soprano.
Wayne Shorter acabaria por abandonar o quinteto de Miles Davis depois do revolucionário álbum "Bitches Brew" e formar o Weather Report com Joe Zawinul,onde desenvolveria ainda mais a interação de instrumentos acústicos com os elétricos.
Uma ótima introdução para a obra de um mestre em sua fase mais criativa.

Músicas
1-Speak No Evil
2-Infant Eyes
3-Tom Thumb
4-Lost
5-Adam's Apple
6-Footprints
7-Virgo*
8-Ju Ju*
9-Water Babies*
*Faixas Bônus











sábado, 10 de outubro de 2009

Claude Debussy-Prelúdios(Livros 1 e 2)


Nesta postagem estarei oferecendo a todos um dos meu trabalhos favoritos,os 24 Prelúdios para piano do compositor francês Claude Debussy(Saint-Germain-en-Laye, 22 de Agosto de 1862 — Paris, 25 de Março de 1918).Estes prelúdios originalmente foram lançados em 2 livros,o primeiro saiu em 1910 e o segundo em 1913.
A música de Debussy sempre evocou imagens de paisagens distantes,e possui uma aura introspectiva,porém altamente emocional.Diferente de outros compositores de sua época que prezavam o virtuosismo,Debussy optava por tratar o som como uma ferramenta,independente de leis e regras pré-estabelecidas.Para isso sempre buscou inspiração em realidades musicais diferentes,principalmente as provenientes do mundo oriental.As artes como a pintura e a poesia também o influenciaram,em especial aquelas conhecidas como impressionistas(apesar do próprio detestar o termo).
Agora falando dos prelúdios.Apesar de serem comparados com os de Chopim.os prelúdios de Debussy são o completo oposto.Nenhuma das peças apresenta armaduras(acidentes colocados no início da pauta,para determinar em que tom a música está),possuem harmonias inusitadas,acordes que não se resolvem, e o uso de escalas exóticas como a de tons inteiros(pouco ortodoxa tanto na época como atualmente) e experimentos com escalas pentatónicas provenientes da música oriental.Para fazer que o pianista toque de forma mais espontânea as peças,os nomes foram colocados no final da partitura(tradicionalmente elas aparecem no começo)
Os climas são variados,indo da profunda introspecção de "Des pas sur la neige"(Pegadas na Neve),passando pelo terror e senso da morte de "Ce qu'a vu le vent d'ouest"(O Que Os Ventos do Oeste Viram),até chegarmos a peças misteriosas e de significado variado(Canope,Brouillards)
Assim como a música em si,estas peças devem ser ouvidas em momentos particulares,assim ao meu ver,elas se tornam realmente meios para vislumbrarmos não apenas outra época mas também nós mesmo sob um ponto de vista diferente.

Músicas

Primeiro Livro

1-Danseuses de Delphes
2-Voiles
3-Le vent dans la plaine
4-Les sons et les parfums tournent dans l'air du soir
5-Les collines d'Anacapri
6-Des pas sur la neige
7-Ce qu'a vu le vent d'ouest
8-La fille aux cheveux de lin
9-La sérénade interrompue
10-La cathédrale engloutie
11-La danse de Puck
12-Minstrel

Segundo Livro

13-Brouillards
14-Feuilles mortes
15-La Puerta del Vino
16-Les Fées sont d'exquises danseuses
17-Bruyères
18-Général Lavine - eccentric
19-La terrasse des audiences du clair de lune
20-Ondine
21-Hommage à S. Pickwick Esq. P.P.M.P.C.
22-Canope
23Les tierces alternées
24-Feux d'artifice

Músicos

Krystian Zimerman-Piano

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Eric Dolphy-The Illinois Concert(320kbps)



Começarei este blog postando este disco que na minha opinião é um dos melhores registros póstumos já lançados no universo do jazz.Esta postagem serve como uma homenagem a Eric Dolphy(Los Angeles, California, 20 de Junho de 1928 – Berlim, 29 de Junho de 1964),cuja carreira breve porém intensa,deixou marcas profundas na música,que até hoje podem ser sentidas.
Neste registro ao vivo temos Dolphy(Saxofone Alto,Clarone,Flauta) acompanhado por um time de estrelas:Herbie Hancock(piano),Eddie Khan(contrabaixo) e J.C. Moses(bateria).Durante todo o concerto vemos o grupo interagindo de forma natural e os improvisos esticam ao máximo os conceitos harmónicos e melódicos do jazz,principalmente na primeira faixa,"Softly As In The Morning Sunrise",onde os guinchos e escalas pouco convencionais provenientes do saxofone de Dolphy mantem todo o conjunto na beira da atonalidade.Mudando do sax,para o Clarone,Dolphy executa a melodia de uma composição que só seria registrada no ano seguinte em seu disco final(Out To Lunch),"Something Sweet Something Tender".Após esta breve "pausa" seguem-se duas músicas onde a inventividade e os improvisos continuam em alta,"God Bless The Child" e "South Street Exit",esta última com Dolphy na flauta,em uma performance assombrosa,e Hancock acompanhando-o de maneira magistral.Em seguida temos "Iron Man" uma musica nem um pouco ortodoxa para o jazz,a forma como é construida e as dissonâncias presentes lembram mais os compositores de vanguarda como Edgar Varèse do que Stan Getz.As Duas músicas finais mostram o quarteto acompanhado do Conjunto de Metais da Universidade de Illinois("Red Planet") e da Big Band da mesma universidade("G.W"),estas composições revelam o talento de Dolphy para criar arranjos precisos e diferenciados para conjuntos maiores,onde a exploração tonal é mais ampla.
No Ano seguinte(1964) a carreira de Dolphy foi tragicamente interrompida devido as complicações decorrentes da diabetes.Aparentemente ele passou mal em um show em Berlim e foi levado as pressas a um hospital próximo,lá os medicos,vendo que ele era um jazzista,pensaram que era uma overdose de drogas,e o deixaram no leito,até que o "efeito" dos entorpecentes acabasse.Acabou por falecer no dia 29 de Junho de 1964 em um coma diabético.
Uma ótima introdução para um dos musicos mais talentosos não apenas do Jazz mas de toda música em geral do século passado.


Faixas


1-Softly As In The Morning Sunrise-20:17
2-Something Sweet Something Tender-1:28
3-God Bless The Child-8:45
4-South Street Exit-7:30
5-Iron Man-10:57
6-Red Planet-12:26
7-G.W.-7:40


Músicos


Eric Dolphy-Sax Alto,Flauta,Clarone
Herbie Hancock-Piano
Eddie Khan-Contrabaixo
J.C. Moses-Bateria



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Mais sobre Eric Dolphy

http://www.clubedejazz.com.br/ojazz/jazzista_exibir.php?jazzista_id=110
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eric_Dolphy